SÃO FRANCISCO e NOVA DELI— Hoje, no Global Fact 7, o maior encontro mundial de verificadores de fatos, a Meedan, uma organização de tecnologia, global e sem fins lucrativos, anunciou o estudo de caso de um projeto global de verificação de fatos, que utiliza a API Comercial do WhatsApp WhatsApp Business API. Esse estudo inovador é baseado em quase 5.700 verificações de fatos na Índia, no Brasil, na África do Sul, no Quênia e na Nigéria, e foi possível graças ao apoio do WhatsApp e do Facebook.
Faça o Download do relatório completo (em inglês): End-to-End Fact-Checking
Para realizar este projeto, a Meedan desenvolveu diversas funcionalidades no software Check, um aplicativo web para jornalistas, utilizado para verificar e anotar informações on-line em investigações de código aberto. Elas foram projetadas especialmente para organizações globais de verificação de fatos e adotadas pela AFP (no Brasil e na Índia), Africa Check, BOOM e India Today. Essas novas funcionalidades estão sendo utilizadas desde outubro de 2019 em 4 idiomas e mais de 180.000 mensagens foram submetidas, incluindo aqueles ainda em curso. O relatório, chamado End-to-End Fact-Checking(Verificação de Fatos de Ponta-a-Ponta), detalha as descobertas, as pesquisas de campo realizadas e as funcionalidades de produto que maximizou o valor da API para verificadores de fatos em todo o mundo. O nome, Check, é uma referência à capacidade do programa de verificar fatos em um serviço criptografado de ponta-a-ponta, com resultados exitosos.
“Verificadores de fatos trabalhando no mundo todo têm necessidades variadas, então criamos ferramentas que otimizam os fluxos de trabalho e as nuances da IA, a fim de criar um roteiro para melhorar a verificação de fatos e a integridade das informações na web”, disse Ed Bice, CEO da Meedan. “Esse esforço foi altamente colaborativo, e nós agradecemos o apoio e a orientação que recebemos, em particular das equipes da AFP, da Africa Check, da BOOM e da India Today.”
O relatório apresenta as seguintes descobertas mais relevantes:
Bots são o novo paradigma de relacionamento com o público.
Um bot de Verificação de Fatos do WhatsApp pode ser utilizado com três propósitos: (1) ajudar o público a entender como interagir com a equipe de verificação de fatos e ter acesso ao conteúdo mais frequentemente solicitado; (2) servir como uma ponte entre um jornalista e alguém que envia conteúdo à um canal direto (tipline); e (3) reduzir o volume de conteúdo que não é relevante.
Máquinas semi-automatizadas aumentam a qualidade do trabalho humano.
Check ajuda verificadores de fatos a trabalharem de maneira mais eficiente e eficaz.
Seguir o ciclo das notícias.
As redações de jornais aprenderam que manter o foco em tópicos relevantes em seus contextos e seguir o ciclo de notícias, gera maior envolvimento de público e mais envios de informações. Após a eclosão da pandemia de COVID-19, vimos um aumento percentual em qualidade, em conteúdo útil, e, por sua vez, na geração de melhores verificações de fatos.
Verificadores de fatos precisam de interfaces simples e em diversos idiomas.
Sem se preocupar com códigos de programação. Nós adaptamos nosso kit de ferramentas para ajudar verificadores de fatos a se concentrarem na verificação de fatos, e não em tarefas técnicas. Isso permitiu que as equipes criassem seus próprios fluxos de trabalho.
“Costumávamos ficar sobrecarregados com as milhares de mensagens que as pessoas nos enviavam pelo WhatsApp”, disse Balkrishna, editor de verificação de fatos doIndia Today. “O Check não somente nos permitiu filtrar rapidamente as solicitações de verificação de fatos, mas também nos ajudou a oferecer respostas rápidas e individuais à maioria dos nossos leitores. Isso nos ajuda a criar um vínculo direto de confiança com nosso público. ”
“O Check melhorou muito a maneira como nos comunicamos com nossa audiência no WhatsApp”, disse Maria Clara Pestre, verificadora de fatos da AFP Checamos(Brasil). “Agora, podemos ter certeza de que qualquer pessoa que entrar em contato conosco por meio do aplicativo terá uma resposta imediata e coerente. Ao mesmo tempo, dispomos de tempo para nos dedicarmos às outras etapas do processo de verificação.”
“Estamos entusiasmados em trabalhar com parceiros como a Meedan para ajudar a enfrentar o desafio da desinformação em mensagens privadas. A nossa intenção é oferecer aos usuários ferramentas para que eles acessem, de maneira fácil, informações precisas, e dar suporte à verificação de fatos”, disse Ben Supple, chefe de engajamento cívico do WhatsApp.
“Agradecemos e valorizamos o trabalho realizado para maximizar o valor da API Comercial do WhatsApp (WhatsApp Business API) para verificadores de fatos e, assim, garantir que mais pessoas tenham acesso a informações precisas com o clique de um botão.”
A Meedan apresentou este estudo no Global Fact 7, com representantes do WhatsApp, da International Fact-Checking Network (IFCN) - (Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN), da Boom e da Africa Check.
Para realizar este trabalho, a Meedan desenvolveu uma série de funcionalidades de software, que maximizou o valor da API Comercial do WhatsApp (WhatsApp Business API), usando uma mistura de inteligência artificial, interface e inovações multilíngues, que incluem:
Bot multilíngue do WhatsApp: um bot personalizável que apresenta itens de menu intuitivos e conversas com verificadores de fatos em vários idiomas;
Automação do fluxo de trabalho: um sistema de triagem para reconhecer, revisar e priorizar demandas e soluções;
Análise de similaridade: algoritmos que detectam padrões e tendências de conteúdo com base em variações das mesmas demandas de conteúdo;
Resposta em escala: um sistema de publicação para enviar relatórios de verificação de fatos aos usuários de canais diretos (tiplines) que enviarem solicitações duplicadas ou semelhantes.
“Nosso objetivo com o Check”, explicou o Diretor de Produto da Meedan, Pierre Conti, “é construir um sistema humano e de IA para que os verificadores de fatos possam dimensionar com eficiência a demanda por verificação diretamente do público, cortar o que for apenas ruído e maximizar assim o impacto das verificações. Fazemos isso para ajudar os verificadores a priorizarem as desinformações mais relevantes.”